(Resenha Capítulo 6)
No início da década passada
poucas tecnologias tinha sido propostas para substituir as memórias
não-voláteis (NVM) padrão e para ampliar a base de tecnologia Flash. À medida
que o final daquela década se aproximava, pôde-se notar que apenas uma das tecnologias
propostas estava demonstrando a capacidade de entrar no mercado NVM amplamente
e ser a memória dominante para a próxima década: a tecnologia de memória de
mudança de fase (Phase Change Memory (PCM)) criada pela IBM.
Esta memória é feito de uma liga
de calcogeneto que é também encontrado em CDs e DVDs regraváveis. No nível de
discos óptico, um feixe de laser com intensidade diferente é usado
para aquecer um volume pequeno para mudar o material entre
os estados cristalino e amorfo. O estado das células de memória é
determinado pela refletividade da camada de memória. Na PCM baseadas em silício, uma corrente elétrica
de diferentes magnitudes é lançada por um elemento aquecedor até um material
calcogeneto e um aquecimento Joule local é usado para alterar o volume
programável em torno da região de contato.
O uso de correntes altas e rápido
resfriamento “congela” o material em um estado amorfo com alta resistência. O
tempo necessário para mudar para o estado amorfo é na maioria das vezes
inferior a 100ns. Uma corrente com tempo de pulso médio é utilizado para
recristalizar a região, levando a um estado de cristal com baixa resistência.
Uma corrente pequena sem aquecimento Joule é usada para leitura da memória,
diferenciando os estados de alta (amorfo) e baixa (cristalino) resistência.
PCM fornece um novo
conjunto de características interessantes, combinando características de memórias
não voláteis e DRAM (Tabela 1).
Tabela 1 - Comparação entre PCM, memórias não voláteis (EEPROM, NOR e NAND) e DRAM. |
Do ponto de vista da aplicação,
PCM pode ser explorada por todos os sistemas de memória. Suas características
permitem faz com que possam ser usadas em uma base ampla de aplicações,
proporcionando um valor agregado significativo. Em particular PCM pode ser
usado:
- em sistemas sem fio para o armazenamento de código executado diretamente, estruturas de dados semi-estática e arquivos. A forma como o PCM altera seus bits permite que seja tratada como uma memória direta de escrita, como uma DRAM. Isto reduz significativamente os requisitos da DRAM, reduzindo o custo do subsistema desta memória;
- em aplicações embarcadas, similar aos sistemas sem fio, em particular, como substituto do Flash.
- nos subsistemas de armazenamento de estado sólido para armazenar páginas acessadas freqüentemente e para armazenar os elementos que são mais facilmente gerenciados quando manipulados no local
- em plataformas computacionais, explorando a sua não- volatilidade para reduzir o consumo de energia. Os blocos DRAMs consomem uma boa quantidade de energia para a realização dos sucessivos refreshes. Já os blocos PCM podem simplesmente serem “desligados”. Resultando numa redução do consumo de energia.
A memória
PCM possui as capacidades básicas de trabalhar com altos ciclos, baixa
voltagem, rápida leitura e escrita e consumo de energia moderado. Por isso
empresas como a Samsung têm investido esforços na construção e aplicação destas
memórias em dispositivos móveis. Ela começará com um chip de 512 MB. A expectativa
é que a memória PCM possa vir a substituir a memória DRAM do computados assim
como parte das memórias Flash.
Principais Referências:
- Atwood, Greg & Bez, Roberto. Current status of Chalcogenide phase change memory. Device Research Conference Digest. IEEE 2005.
- Bez, Roberto. Chalcogenide PCM: a Memory Technology for Next Decade. R&D Technology Development. Italia, Milão. IEEE 2009.
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